Como montar um orçamento pessoal do zero [Guia 2025]

orçamento pessoal

Você já terminou o mês sem saber exatamente para onde foi o seu dinheiro? Isso é mais comum do que parece. Muitos brasileiros vivem no “modo automático”, gastando sem planejamento e acumulando dívidas sem perceber. A boa notícia é que é possível mudar essa realidade com um passo simples: montar um orçamento pessoal.

Neste artigo, você vai aprender como organizar suas finanças do zero, mesmo que nunca tenha feito isso antes. Vamos passar por um passo a passo prático, com dicas reais e exemplos que funcionam na vida de qualquer pessoa — independente da renda.

 

Por que montar um orçamento pessoal?

 

Montar um orçamento pessoal não é apenas anotar números. É uma forma de ter consciência e controle sobre sua vida financeira. Quando você sabe quanto entra, quanto sai e para onde vai seu dinheiro, você tem o poder de fazer escolhas melhores.


Vantagens de um bom orçamento:
  • Evita surpresas no final do mês

  • Ajuda a identificar e cortar gastos invisíveis

  • Cria espaço para realizar sonhos (viagens, casa própria, aposentadoria)

  • Reduz a ansiedade causada pelo descontrole financeiro

  • Permite guardar e investir dinheiro de forma consciente


 
Passo a Passo: Como montar seu orçamento pessoal
1. Liste todas as suas receitas (ganhos)

O primeiro passo é saber exatamente quanto dinheiro entra por mês. Isso inclui:

  • Salário fixo

  • Rendas extras (freelas, vendas, bicos)

  • Aluguéis ou investimentos que geram renda

  • Pensões ou qualquer outra entrada

Importante: Se a sua renda for variável, como a de autônomos, use a média dos últimos 3 a 6 meses para ter uma base realista.

Exemplo prático:

  • Salário CLT: R$ 3.200

  • Freelas de design: R$ 800 (média)

  • Renda do Airbnb: R$ 300
    Total: R$ 4.300


 
2. Anote todas as suas despesas fixas e variáveis

Agora, é hora de colocar na ponta do lápis tudo que você gasta. Aqui, vale ser brutalmente honesto com você mesmo.

Despesas fixas (todo mês, mesmo valor ou quase):

  • Aluguel/financiamento

  • Luz, água, internet

  • Plano de saúde

  • Escola/faculdade

  • Assinaturas (Netflix, Spotify, etc.)

 

Despesas variáveis (valores que mudam mês a mês):
  • Supermercado

  • Transporte (combustível, Uber, ônibus)

  • Delivery

  • Lazer

  • Compras por impulso

Dica prática: Olhe o extrato do banco e do cartão dos últimos 2 meses para encontrar gastos que você esqueceu.


 

3. Classifique os gastos por categorias

Depois de listar os gastos, você precisa agrupá-los. Isso ajuda a visualizar onde está indo a maior parte do seu dinheiro.

 

Categorias mais comuns:
  • Moradia

  • Alimentação

  • Transporte

  • Saúde

  • Educação

  • Lazer

  • Dívidas

  • Supérfluos

Exemplo:

  • Moradia: R$ 1.200

  • Alimentação: R$ 850

  • Transporte: R$ 300

  • Supérfluos: R$ 400

Ao agrupar assim, você enxerga com clareza onde pode ajustar, cortar ou otimizar.


 

4. Avalie se seus gastos são maiores que sua renda

Agora vem o momento da verdade: você está gastando mais do que ganha?

Se a resposta for sim, você está no vermelho e precisa agir rápido. Mesmo que seja apenas R$ 100 de diferença, isso vira uma bola de neve com o tempo.

Dica prática: Identifique gastos que podem ser cortados ou reduzidos sem afetar sua qualidade de vida. Às vezes, só o que falta é reduzir a frequência de delivery ou cancelar assinaturas não usadas.


 
5. Defina metas financeiras mensais

Você já viu onde está seu dinheiro. Agora é hora de dar direção a ele.

Exemplos de metas realistas:

  • Economizar R$ 300 por mês para montar uma reserva de emergência

  • Pagar a fatura do cartão à vista e parar de parcelar compras

  • Reduzir gastos com delivery de R$ 600 para R$ 300

  • Guardar 10% da renda para investir no Tesouro Direto

Essas metas ajudam a manter o foco e transformam o orçamento em uma ferramenta de progresso pessoal.


 

6. Use uma planilha ou aplicativo para acompanhar

De nada adianta montar um orçamento se ele não for acompanhado. A dica de ouro é: não confie só na sua memória.

 

Ferramentas úteis:
  • Planilhas no Excel ou Google Sheets

  • Apps gratuitos: Mobills, Organizze, Minhas Economias

  • Caderno físico (simples, mas eficiente se você preferir papel)

O ideal é que você reserve 10 a 15 minutos por semana para atualizar sua planilha ou app. Isso cria o hábito e evita que o orçamento se perca.


 

 

💡 Dica bônus: use a regra 50/30/20

Essa regra é uma fórmula simples e poderosa para organizar seus gastos com equilíbrio.

  • 50% da renda → necessidades (aluguel, contas, comida, transporte)

  • 30% da renda → desejos (lazer, viagens, compras pessoais)

  • 20% da renda → metas financeiras (investimentos, dívidas, reserva)

Exemplo para quem ganha R$ 4.000:

  • 50% = R$ 2.000 → moradia, contas fixas

  • 30% = R$ 1.200 → lazer, hobbies

  • 20% = R$ 800 → poupança, dívidas, investimentos

Se você estiver gastando 70% com “desejos” e nada com metas, é hora de ajustar.


 
Conclusão

Montar um orçamento pessoal pode parecer difícil no começo, mas é uma das decisões mais importantes da sua vida financeira. Com ele, você deixa de ser refém do dinheiro e começa a usá-lo como ferramenta para construir seus sonhos.

Comece pequeno, com o que você tem. Não existe orçamento perfeito, e sim um orçamento em constante evolução.

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