Você já terminou o mês sem saber exatamente para onde foi o seu dinheiro? Isso é mais comum do que parece. Muitos brasileiros vivem no “modo automático”, gastando sem planejamento e acumulando dívidas sem perceber. A boa notícia é que é possível mudar essa realidade com um passo simples: montar um orçamento pessoal.
Neste artigo, você vai aprender como organizar suas finanças do zero, mesmo que nunca tenha feito isso antes. Vamos passar por um passo a passo prático, com dicas reais e exemplos que funcionam na vida de qualquer pessoa — independente da renda.
Por que montar um orçamento pessoal?
Montar um orçamento pessoal não é apenas anotar números. É uma forma de ter consciência e controle sobre sua vida financeira. Quando você sabe quanto entra, quanto sai e para onde vai seu dinheiro, você tem o poder de fazer escolhas melhores.
Vantagens de um bom orçamento:
Evita surpresas no final do mês
Ajuda a identificar e cortar gastos invisíveis
Cria espaço para realizar sonhos (viagens, casa própria, aposentadoria)
Reduz a ansiedade causada pelo descontrole financeiro
Permite guardar e investir dinheiro de forma consciente
Passo a Passo: Como montar seu orçamento pessoal
1. Liste todas as suas receitas (ganhos)
O primeiro passo é saber exatamente quanto dinheiro entra por mês. Isso inclui:
Salário fixo
Rendas extras (freelas, vendas, bicos)
Aluguéis ou investimentos que geram renda
Pensões ou qualquer outra entrada
Importante: Se a sua renda for variável, como a de autônomos, use a média dos últimos 3 a 6 meses para ter uma base realista.
Exemplo prático:
Salário CLT: R$ 3.200
Freelas de design: R$ 800 (média)
Renda do Airbnb: R$ 300
Total: R$ 4.300
2. Anote todas as suas despesas fixas e variáveis
Agora, é hora de colocar na ponta do lápis tudo que você gasta. Aqui, vale ser brutalmente honesto com você mesmo.
Despesas fixas (todo mês, mesmo valor ou quase):
Aluguel/financiamento
Luz, água, internet
Plano de saúde
Escola/faculdade
Assinaturas (Netflix, Spotify, etc.)
Despesas variáveis (valores que mudam mês a mês):
Supermercado
Transporte (combustível, Uber, ônibus)
Delivery
Lazer
Compras por impulso
Dica prática: Olhe o extrato do banco e do cartão dos últimos 2 meses para encontrar gastos que você esqueceu.
3. Classifique os gastos por categorias
Depois de listar os gastos, você precisa agrupá-los. Isso ajuda a visualizar onde está indo a maior parte do seu dinheiro.
Categorias mais comuns:
Moradia
Alimentação
Transporte
Saúde
Educação
Lazer
Dívidas
Supérfluos
Exemplo:
Moradia: R$ 1.200
Alimentação: R$ 850
Transporte: R$ 300
Supérfluos: R$ 400
Ao agrupar assim, você enxerga com clareza onde pode ajustar, cortar ou otimizar.
4. Avalie se seus gastos são maiores que sua renda
Agora vem o momento da verdade: você está gastando mais do que ganha?
Se a resposta for sim, você está no vermelho e precisa agir rápido. Mesmo que seja apenas R$ 100 de diferença, isso vira uma bola de neve com o tempo.
Dica prática: Identifique gastos que podem ser cortados ou reduzidos sem afetar sua qualidade de vida. Às vezes, só o que falta é reduzir a frequência de delivery ou cancelar assinaturas não usadas.
5. Defina metas financeiras mensais
Você já viu onde está seu dinheiro. Agora é hora de dar direção a ele.
Exemplos de metas realistas:
Economizar R$ 300 por mês para montar uma reserva de emergência
Pagar a fatura do cartão à vista e parar de parcelar compras
Reduzir gastos com delivery de R$ 600 para R$ 300
Guardar 10% da renda para investir no Tesouro Direto
Essas metas ajudam a manter o foco e transformam o orçamento em uma ferramenta de progresso pessoal.
6. Use uma planilha ou aplicativo para acompanhar
De nada adianta montar um orçamento se ele não for acompanhado. A dica de ouro é: não confie só na sua memória.
Ferramentas úteis:
Planilhas no Excel ou Google Sheets
Apps gratuitos: Mobills, Organizze, Minhas Economias
Caderno físico (simples, mas eficiente se você preferir papel)
O ideal é que você reserve 10 a 15 minutos por semana para atualizar sua planilha ou app. Isso cria o hábito e evita que o orçamento se perca.
💡 Dica bônus: use a regra 50/30/20
Essa regra é uma fórmula simples e poderosa para organizar seus gastos com equilíbrio.
50% da renda → necessidades (aluguel, contas, comida, transporte)
30% da renda → desejos (lazer, viagens, compras pessoais)
20% da renda → metas financeiras (investimentos, dívidas, reserva)
Exemplo para quem ganha R$ 4.000:
50% = R$ 2.000 → moradia, contas fixas
30% = R$ 1.200 → lazer, hobbies
20% = R$ 800 → poupança, dívidas, investimentos
Se você estiver gastando 70% com “desejos” e nada com metas, é hora de ajustar.
Conclusão
Montar um orçamento pessoal pode parecer difícil no começo, mas é uma das decisões mais importantes da sua vida financeira. Com ele, você deixa de ser refém do dinheiro e começa a usá-lo como ferramenta para construir seus sonhos.
Comece pequeno, com o que você tem. Não existe orçamento perfeito, e sim um orçamento em constante evolução.

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